Até 2035, 41% da população adulta no Brasil deve ter obesidade

A nova edição do Atlas da Obesidade no Mundo, divulgada pela Federação Mundial de Obesidade em 2023, prevê que 41% da população adulta no Brasil terá obesidade até 2035. Essa proporção é acima da expectativa mundial, que é de 24% da população global ter obesidade em 2035. A estimativa é que mais da metade do planeta (51%) atinja o estágio de sobrepeso (IMC acima de 25 kg/m²) em pouco mais de 10 anos.

O IMC é um cálculo feito pela divisão do peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metros), que coloca o indivíduo em uma das quatro categorias principais: baixo peso (IMC menor que 18,5), peso normal (18,5 a 24,9), sobrepeso (25,0 a 29,9) ou obeso (30 ou mais). Ações para a prevenção da obesidade, tanto em crianças quanto em adultos, são fundamentais. É necessário oferecer tratamentos com equipes multidisciplinares, farmacológicos e eventualmente cirúrgicos, quando indicados.

A última edição da pesquisa Vigitel, realizada pelo Ministério da Saúde, mostra que em 2021 o percentual de sobrepeso no Brasil já era maior que a perspectiva para o mundo em 2035, com quase seis em cada dez brasileiros (57,25%) com IMC acima de 25. A proporção de adultos obesos no Brasil era de 22,35% há dois anos, e o novo atlas prevê que o número de adultos obesos deve avançar cerca de 2,8% ao ano até chegar a 41% do total da faixa etária em 2035. Entre as crianças, o crescimento será mais acelerado, de 4,4% a cada 12 meses, até chegar a cerca de 27% dos mais novos.

O documento estima ainda que o número de pessoas com sobrepeso no Brasil atualmente gere um impacto de R$ 64,69 milhões no sistema de saúde, devido ao aumento no risco para diabetes, doenças cardiovasculares e outros problemas graves de saúde. Para 2035, a perspectiva é que esse valor chegue a R$ 100 milhões.

Nenhum país relatou um declínio na prevalência de obesidade em toda a população e nenhum está em caminho para atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de “nenhum aumento nos níveis de 2010 até 2025”. Porém, o relatório pondera que “existe esperança após a introdução de novas recomendações abrangentes da OMS adotadas em 2022. Agora precisamos aumentar os esforços para prevenir, controlar e tratar a obesidade ao longo da vida. A ação deve ser decisiva, centrada nas pessoas e integrada para aumentar nossas chances de prevenir e tratar com sucesso.

Fonte: O Globo

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