O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta as habilidades sociais e de comunicação da pessoa.
Estima-se que 1 em cada 100 crianças em todo o mundo tenham autismo, embora a prevalência possa variar de acordo com os estudos. No Brasil, os estudos de prevalência ainda são escassos.
Os sinais podem ser identificados nos primeiros meses de vida, e o diagnóstico geralmente é estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. A prevalência é maior entre indivíduos do sexo masculino.
O termo “espectro” é utilizado para englobar diferentes níveis e intensidades da condição. O diagnóstico precoce pode permitir intervenções comportamentais e educacionais, levando a melhorias na qualidade de vida.
As causas do TEA ainda são desconhecidas, mas acredita-se que haja uma interação entre fatores genéticos e ambientais.
Aperfeiçoamento do diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico, feito por meio de observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos.
Os sintomas incluem dificuldades no aprendizado ou no uso da linguagem, aparente indiferença aos cuidadores, agitação sem explicação clara e comportamentos repetitivos ou estranhos. A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno e o encaminhamento para intervenções comportamentais e o apoio educacional na idade mais precoce possível podem levar a melhores resultados a longo prazo.
Alguns especialistas acreditam que o número de casos de TEA está aumentando, mas ainda não há um consenso. A pandemia de Covid-19 pode ter contribuído para um aumento no diagnóstico, devido ao uso mais precoce de telas e ao isolamento social das famílias.
Tratamento
O SUS oferece uma rede de apoio para pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), incluindo Centros Especializados em Reabilitação (CER) que fornecem diagnóstico, tratamento e tecnologia de apoio.
Os profissionais utilizam o Projeto Terapêutico Singular (PTS) para estabelecer um conjunto de propostas terapêuticas interdisciplinares. Os tratamentos incluem intervenções educativas, socioeducativas e reabilitativas, bem como tratamento médico e psiquiátrico para limitações funcionais e de linguagem.
É importante introduzir essas medidas o mais cedo possível para melhorar o prognóstico ao longo da vida do indivíduo com TEA.
Diferentes tipos de autismo
O TEA pode ser classificado em diferentes categorias com base em suas manifestações clínicas.
O autismo clássico varia em graus de comprometimento, mas geralmente os indivíduos tendem a se voltar para si mesmos e apresentam dificuldades de comunicação. Nas formas mais graves, há uma completa ausência de contato interpessoal.
O autismo de alto desempenho, anteriormente conhecido como síndrome de Asperger, apresenta dificuldades semelhantes em menor medida. Pessoas com a forma mais leve de autismo conseguem se expressar verbalmente e focar exageradamente em um assunto específico. O distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação é uma categoria que inclui indivíduos com dificuldades de comunicação e interação social, mas com sintomas insuficientes para inclusão em outras categorias do transtorno.
Fonte: CNN Brasil