A influenciadora digital Maíra Cardi usou as redes sociais nesta segunda-feira (29) para atualizar seu estado de saúde la contou que foi diagnosticada com um problema no disco intervertebral, um tipo de “amortecedor” que fica entre uma vértebra da coluna e outra.
Essas estruturas possuem uma configuração em formato de anel e são compostas por tecido cartilaginoso e elástico. Sua principal função é prevenir o atrito entre as vértebras, agindo como um amortecedor de impacto. Maíra Cardi relatou recentemente que descobriu estar completamente sem esses discos, o que tem ocasionado episódios dolorosos de crises.
Ficar sem o disco indica um quadro de degeneração do disco muito avançada, descreve Marcelo Risso, ortopedista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP). Entenda abaixo:
• O disco é uma parte essencial da coluna vertebral, composta por uma série de ossos chamados vértebras, que se articulam entre si. Os discos intervertebrais são as articulações anteriores, localizadas entre as partes maiores das vértebras.
• Um disco saudável consiste em duas partes principais: uma parte externa que é um anel fibroso e elástico, semelhante a uma “casca” em torno do disco, e uma parte interna conhecida como núcleo, que contém uma substância gelatinosa. Essa “gelatina” tem a função de absorver e dissipar os impactos entre uma vértebra e outra.
• No entanto, os discos também envelhecem. Com o processo natural de envelhecimento, os discos intervertebrais desidratam e perdem elasticidade, resultando em uma redução na capacidade de absorver impactos. Esse quadro é conhecido como degeneração do disco.
• A hérnia de disco ocorre quando o disco degenera a ponto de sofrer uma lesão no anel fibroso. A partir dessa fissura, a substância gelatinosa do núcleo extravasa e pressiona a raiz nervosa, formando o que os médicos chamam de hérnia de disco.
• Em alguns casos, o disco pode se deteriorar significativamente, como no exemplo de Maíra Cardi. Embora o disco não desapareça completamente, ele se desidrata tanto que causa um quadro conhecido como instabilidade. Isso significa que uma vértebra começa a atritar com outra, resultando em um movimento anormal que causa intensa dor, conforme explicado por Risso.
O que causa degeneração do disco?
- Envelhecimento
- Predisposição genética
- Tabagismo
- Sedentarismo
- Sobrecarga da coluna (seja por atividades do dia a dia, seja por excesso de atividade física ou exercícios mal realizados na academia)
- Obesidade
Como funciona o tratamento?
• A grande maioria das pessoas não necessita de cirurgia para tratar a degeneração do disco. De acordo com Marcelo Risso, do Oswaldo Cruz, “cerca de 90% dos casos apresentam uma resposta positiva por meio do tratamento conservador, que envolve fisioterapia, uso de medicamentos, correção postural e exercícios específicos para fortalecer os músculos de suporte da coluna, como os abdominais e os da região posterior.”
• Quando a doença progride e a pessoa já passou por uma cirurgia, mas ainda sofre com a degeneração, existem outras alternativas, como os tratamentos intervencionistas da dor, que consistem em bloquear os nervos da coluna responsáveis por enviar sinais de dor. Esses procedimentos visam aliviar o desconforto e possibilitar uma reabilitação mais efetiva.
• Nos casos em que a dor persiste mesmo após as opções mencionadas anteriormente, a cirurgia é o caminho mais indicado. • No caso de Maira, o dispositivo que ela mencionou que irá colocar em suas costas é, na verdade, uma prótese de disco intervertebral. Risso explica: “É um disco artificial que é inserido na região lombar por meio de uma incisão abdominal. Removemos o disco afetado e substituímos por um disco que desempenha a mesma função do disco natural.”
• Segundo o médico, a cirurgia mais comum para tratar as doenças degenerativas do disco é a artrodese, que consiste na fusão de duas vértebras adjacentes em um bloco ósseo único.
Fonte: Viva Bem UOL