Mais de 26% dos brasileiros têm diagnóstico de ansiedade, diz estudo

De acordo com uma pesquisa divulgada em 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país líder mundial em prevalência de transtornos de ansiedade. Novos dados divulgados em 29 de junho indicam que 26,8% dos brasileiros receberam um diagnóstico médico de ansiedade. Especificamente, um terço (31,6%) da população mais jovem, com idades entre 18 e 24 anos, apresenta ansiedade – o maior índice entre todas as faixas etárias no Brasil. As maiores taxas de ansiedade são observadas na região Centro-Oeste (32,2%) e entre as mulheres (34,2%).

Além disso, 12,7% dos brasileiros relatam ter recebido um diagnóstico médico de depressão. As maiores prevalências de depressão são encontradas na região Sul (18,3% da população com depressão), entre as mulheres (18,1% delas receberam diagnóstico) e na faixa etária de 55 a 64 anos (17%), seguida pelos jovens de 18 a 24 anos (14,1%).

Esses dados são provenientes do Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), uma pesquisa nacional realizada ouvindo 9.000 pessoas de todas as regiões do Brasil. A coleta de dados ocorreu entre 2 de janeiro e 18 de abril por meio de entrevistas telefônicas.

Além da quantidade de sono, a qualidade do sono também é um fator importante para a saúde dos brasileiros. De acordo com os dados, 58,9% dos brasileiros afirmam dormir bem. Entre os homens, 63,9% relatam ter boas noites de sono, enquanto 54,3% das mulheres afirmam ter sono de qualidade. Quando analisado o recorte por raça/cor, também há diferenças: 64,2% das pessoas brancas dormem bem, em comparação a 55,1% dos pretos e pardos.

Essa pesquisa oferece um panorama da magnitude das prevalências e do impacto dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) na população adulta brasileira. As DCNT são condições clínicas que não são causadas por agentes infecciosos e incluem doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, doenças respiratórias crônicas, bem como condições mentais e neurológicas.

O Covitel, realizado pela primeira vez em 2022 e agora em sua segunda edição em 2023, é um projeto desenvolvido pela Vital Strategies, uma organização global de saúde pública, e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com apoio da Umane e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Acesso ao Tratamento

Além disso, diversos fatores, como a falta de acesso a serviços especializados, dificuldades no diagnóstico e a percepção equivocada de que os transtornos mentais são secundários, contribuem para a subutilização do tratamento adequado.

A prevenção dos transtornos de ansiedade envolve a adoção de hábitos que promovem a saúde geral. Ter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, manter hábitos de higiene adequados e ter acesso aos serviços de saúde são medidas que podem prevenir ou reduzir os transtornos de ansiedade.

O tratamento da ansiedade é realizado de forma multidisciplinar, envolvendo profissionais de diferentes especialidades.

Para os casos leves de transtornos de ansiedade, a terapia psicológica é uma opção de tratamento eficaz, utilizando abordagens como a terapia cognitivo-comportamental, técnicas de resolução de conflitos, meditação, atenção plena, psicoterapia ou psicanálise.

Além disso, incentiva-se a prática de atividade física adequada às preferências de cada paciente, pois exercícios moderados liberam hormônios associados ao bem-estar e relaxamento.

Em situações mais graves, como o transtorno do pânico ou o transtorno de estresse pós-traumático, podem ser prescritos medicamentos antidepressivos que proporcionam benefícios no controle da ansiedade. No entanto, o uso de medicamentos controlados deve ser feito apenas sob orientação médica, pois o mesmo fármaco pode não ser indicado para todos os casos semelhantes. É importante ressaltar a importância de seguir as recomendações médicas e tomar precauções necessárias.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento para pessoas que sofrem com problemas psicológicos por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são unidades do sistema de saúde mental do SUS, que oferecem diferentes modalidades de tratamento, incluindo serviços específicos para crianças e para o tratamento de dependência química.

 

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